Salmo 54(55),2-15.17-24
Oração depois
da traição de um amigo Jesus começou a sentir pavor e angústia (Mc 14,33).
–2 Ó meu Deus, escutai minha prece, * não fujais
desta minha oração! –3 Dignai-vos me ouvir, respondei-me: * a angústia
me faz delirar!
–4 Ao clamor do inimigo estremeço, * e ao grito dos
ímpios eu tremo. – Sobre mim muitos males derramam, * contra mim furiosos investem.
–5
Meu coração dentro em mim se angustia, * e os terrores da morte me abatem; –6
o temor e o tremor me penetram, * o pavor me envolve e deprime!
=7 É por
iso que eu digo na angústia: † ‘Quem me dera ter asas de pomba * e voar para achar um descanso! –8 Fugiria, então, para longe, * e me iria esconder no deserto.
–9
Acharia depressa um refúgio * contra o vento, a procela, o tufão’. =10
Ó Senhor, confundi as más línguas; † dispersai-as, porque na cidade * só se vê violência e discórdia!
=11 Dia e noite circundam seus muros, † 12 dentro
dela há maldades e crimes, * a injustiça, a opressão moram nela! – Violência, imposturas e fraudes * já
não deixam suas ruas e praças.
–13 Se o inimigo viesse insultar-me, * poderia
aceitar certamente; – se contra mim investisse o inimigo, * poderia, talvez, esconder-me.
–14 Mas és tu, companheiro e amigo, * tu, meu íntimo e meu familiar, –15
com quem tive agradável convívio * com o povo, indo à casa de Deus!
–17
Eu, porém, clamo a Deus em meu pranto, * e o Senhor me haverá de salvar! –18
Desde a tarde, à manhã, ao meio-dia, * faço ouvir meu lamento e gemido.
–19
O Senhor há de ouvir minha voz, * libertando a minh’alma na paz, – derrotando os meus agressores, * porque
muitos estão contra mim!
–20 Deus me ouve e haverá de humilhá-los, * porque
é Rei e Senhor desde sempre. – Para os ímpios não há conversão, * pois não temem a Deus, o Senhor.
–21 Erguem a mão contra os próprios amigos, * violando os seus compromissos; –22 sua boca está cheia de unção, * mas o seu coração traz a guerra; – suas palavras
mais brandas que o óleo, * na verdade, porém, são punhais.
–23 Lança
sobre o Senhor teus cuidados, * porque ele há de ser teu sustento, – e jamais ele irá permitir * que o justo
para sempre vacile!
–24 Vós, porém, ó Senhor, os lançais * no abismo
e na cova da morte. – Assassinos e homens de fraude * não verão a metade da vida. – Quanto a mim, ó
Senhor, ao contrário: * ponho em vós toda a minha esperança!
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